sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Fóssil


                        Poema transcrito do Médico e Amigo Rogério Brandão



Em vão procurei-me.
Não me encontrei, por certo:
Páginas remotas, em branco assinada!


Se existo, não sei...creio ser, porém.
Deve existir registro de mim em algum lugar
       ( que desconheço)
Ainda que tele-meta-físico


Serei alma apenas?
( ouço murmúrios e citações a meu respeito)
Contudo vagos, longínquos, fugazes...)

Terei eu morrido?
(mas...o que é morrer para quem não existiu, vida?
O que é partir se não há destino? )

Sou... contudo, nem sei!
De que vale ser então?...
Melhor é partir de vez.
mesmo sem rumo, certeza, vestígios ou refúgio
        sem vinculo, perdido, ausente, rompido...
        sem ancestralidade nem descendência
        ignorando, subtraído, inexisto...

Fui!...
(porem)
Sem jamais ter sido!




quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


(F. Campanella)


Ao vento


Fica comigo, mas não posso pedir ao vento
que sopre ao alcance de meu ouvido,
ou à terra que abençoe nossos longos segredos
-nem mesmo da luz querer ouso
que se demore em meu abrigo.

Quando os dados lançados e até meu silêncio
contra toda certeza parecem que conspiram
- e caso os dedos do mundo
em suas recurvas unhas nos firam -
releva, e fica comigo, os anjos sabem mais alto
daquilo em que insisto, do que preciso.

domingo, 23 de janeiro de 2011




Nós dias de chuva quando a noite chega sinto certa melancolia.
Gosto de me enroscar nos lençóis e fico paralisada
até que o dia se inicie novamente,
Agora já com as ruas lavadas, sinto-me também renovada.
É justo e todo o resto é falso.

sábado, 22 de janeiro de 2011






































Daí-me Algumas Palavras

Dai-me algumas palavras,
- porém, somente algumas! –
que às vezes apetece, pelos jardins da areia,
colher flores de espuma.

Deixai, deixai, secreto,
o silencio que dorme ás portas da minha alma,
guardando os labirintos e as esfinges enormes.

(O silencio caído
com seus firmes oceanos
- onde não há mais nada
dos litorais do mundo nem do périplo humano!

 




Chico Xavier

O que eu tenho não me pertence,
Embora faça parte de mim....
Tudo que sou me foi um dia emprestado pelo Criador
Para que eu possa dividir com aqueles que entram na minha vida.



sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DA GENTE QUE EU GOSTO.


Mario Benedetti

Eu gosto de gente que vibra, que não tem de ser empurrada, que não se tem de dizer que faça as coisas, mas que sabe o que tem que fazer e que faz.

Gente que cultiva seus sonhos até que esses sonhos se apoderam de sua própria realidade.

Eu gosto de gente com capacidade para assumir as conseqüências de suas ações, de gente que arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, que se permite, abandona os conselhos sensatos deixando as soluções nas mãos de Deus.

Eu gosto de gente com alma de gente...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011



Miguel Sousa Tavares



"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

domingo, 9 de janeiro de 2011

Nem tudo é fácil



Cecília Meireles

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar